

Um menino de seis anos apareceu na minha porta e disse que eu era seu pai. Eu ri – até que ele tirou uma carta da mãe dele. O meu nome. Meu endereço. Meu passado colidiu com meu presente. E eu não tinha ideia do que fazer a seguir.
As manhãs eram previsíveis. Quieto. Pacífico. Exatamente do jeito que eu gostava. Eu não precisava de um despertador. Sem chefe, sem escritório, sem motivo para correr para lugar nenhum.
Meu trabalho era longe e eu mantinha meu mundo o menor possível. Sem interações sociais forçadas, sem conversas desnecessárias. Só eu, meu laptop e meu café. Preto, sem açúcar, sem leite.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney
Naquela manhã, sentei-me no meu lugar de sempre, perto da janela, enquanto minha velha cadeira de madeira rangia sob meu peso. É assim que a vida deveria ser. Simplesmente. Quieto. Mas nessa área, a paz nunca durou muito.
De repente, um estrondo forte contra minha janela me fez pular e o café caiu na minha mão. Soltei um chiado agudo.
“Ah, droga”, murmurei, esfregando minha pele queimada.

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Não precisei olhar para fora para saber o que tinha acontecido. Os monstrinhos da casa ao lado fizeram isso de novo. Essas crianças não tinham respeito pela propriedade pessoal.
Com um gemido, levantei-me e fui pisando duro até a porta da frente.
Quando abri a porta, deparei-me com a cena de sempre: uma bola de futebol caída no meu gramado e os filhos dos vizinhos parados, congelados, na beira do quintal, sussurrando uns com os outros.

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“Quantas vezes tenho que te dizer…” Abaixei-me e peguei a bola. “Isso não é problema meu. Fica do seu lado da cerca!”
Eu joguei a bola de volta. As crianças riram e se espalharam como pombos assustados. Com um suspiro cansado, voltei para casa, apenas para parar no meio do caminho. Naquele momento eu o notei.
Um garoto ruivo, que não era um dos encrenqueiros de sempre, estava parado no final da minha varanda.

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Ele estava usando uma capa de chuva enorme que o engolia. Seus sapatos pareciam gastos, sua mochila estava gasta. Eu franzi a testa.
“Você não é daqui.”
O garoto encontrou meu olhar sem pestanejar.
“Não.”

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“Então o que você está fazendo aqui?”
Ele respirou fundo como se estivesse prestes a dizer algo importante. E então…
“Porque você é meu pai.”
Pisquei porque pensei ter ouvido errado.
“O que?”

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“Você é meu pai”, ele repetiu como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Fiquei olhando para ele e esperei a piada. Eu estava esperando uma equipe de filmagem escondida aparecer e gritar “Peguei você!” chamadas.
Nada. Apenas um menino de seis anos estava na minha varanda e me encarou. Esfreguei meu rosto.
“Ok. Ou preciso de mais café, ou isso é um sonho.”
“Não é um sonho.”

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Soltei uma risada seca. “É? Que pena, garoto, porque tenho certeza de que você pegou o cara errado.”
Ele balançou a cabeça. “Não, não fiz.”
Olhei em volta. A rua estava vazia. Não uma mãe desesperada procurando seu filho perdido. Nenhuma assistente social perseguindo um fugitivo.
Só eu, meu visitante indesejado e muita confusão. Ótimo. Simplesmente ótimo.
“Escuta, uh…” Cocei a nuca. “Você tem um nome?”

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“Ethan.”
“Ethan.” Eu assenti lentamente. “Certo. E, uh, Ethan… sua mãe sabe que você está aqui?”
Fique em silêncio. O jeito como ele olhou para mim abalou minha irritação habitual.
“Tudo bem, garoto. Vamos descobrir isso. Porque eu não tenho ideia do que está acontecendo aqui.”
Ethan assentiu como se tivesse todo o tempo do mundo. Como se ele soubesse que eu não iria bater a porta na cara dele. E isso foi o que mais me irritou.

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***
Poucos minutos depois estávamos sentados na minha cozinha. Ethan olhou em volta calmamente enquanto eu lia uma página rasgada do diário de sua mãe — a que estava em sua mochila.
Li a carta várias vezes, embora as palavras já estivessem gravadas em meu cérebro. Lágrimas encheram meus olhos lentamente.
Era uma página rasgada de um diário. A letra da sua mãe.
“Ethan, meu filho, se alguma coisa acontecer comigo, ele é a única pessoa que lhe resta: seu pai.”

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O meu nome. Meu endereço. Minha respiração estava pesada.
“Isso tem que ser uma piada, certo?” Exalei e joguei o papel na mesa.
O menino ficou parado e me observou.
“Você e a mamãe não se veem há seis anos, certo?”
“Sim, mas…”

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“E eu farei seis anos amanhã”, ele acrescentou, com um pequeno sorriso malicioso se formando em seus lábios.
Caramba.
“Você não pode ficar aqui.”
“Está muito molhado para ir a qualquer lugar.”
Olhei pela janela. Estava chovendo muito lá fora.

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“Bom. Uma noite. Amanhã vou pensar em como te mandar de volta.”
Fui até a cozinha, peguei uma caixa de cereal no armário, coloquei um pouco em uma tigela e empurrei na direção dele.
“Comer.”
Ethan não se moveu. Ele apenas olhou para a tigela e depois para mim.

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“O que?”
“Mamãe sempre abria o leite antes de servi-lo.”
Suspirei fundo, peguei a caixa de leite, desenrosquei a tampa e coloquei-a sobre a mesa.
“Dom. Aberto.”
“Obrigado, pai.”

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“Não me chame assim. Nós nem sabemos se…”
“Ok, pai. Quero dizer, senhor…”
Exalei bruscamente e me servi de uma tigela de cereal. Sentei-me e dei uma mordida quando percebi que ele ainda estava me observando.
“E agora?”

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“Você não quer lavar as mãos primeiro?”
Eu gemi. “O que?”
“Mamãe sempre me fazia lavar as mãos antes de comer.”
“Escuta, garoto…” Larguei a colher, minha paciência estava acabando. “Você não está aqui para me dar sermão sobre higiene.”
“É que… a mamãe disse…”

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“Se sua mãe era tão perfeita, você pode voltar para ela amanhã!”
Ele ficou em silêncio. Então sua voz caiu para um sussurro.
“Mamãe morreu.”
Parei de mastigar. De repente, a colher na minha mão pareceu pesada demais.
“Eu fugi para te procurar”, Ethan admitiu, olhando para seu colo.

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Olhei para ele, olhei realmente para ele.
“Coma. E depois durma um pouco. Vou pensar no que faremos amanhã de manhã.”
Ethan assentiu e começou a comer. Enquanto estávamos sentados em silêncio, ele distraidamente mexeu seu cereal com uma colher.
“Estou economizando para uma estação espacial de LEGO”, ele disse de repente.
“O que?”

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“Estou economizando meu dinheiro há meses”, explicou Ethan. “Mas gastei tudo em passagens de ônibus e comida para te encontrar.”
Ele disse isso tão casualmente, como se não fosse nada demais. Como se fosse normal uma criança de seis anos esvaziar suas economias e viajar sozinha pela cidade. Eu não sabia o que dizer.
Observei enquanto ele terminava seu cereal e entrava silenciosamente no banheiro. Eu esperava uma bagunça, mas o garoto se recuperou.

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Ele tomou banho, escovou os dentes e até penteou o cabelo, tirando uma escova cuidadosamente embrulhada de sua mochila perfeitamente organizada.
Ele é realmente meu filho? Ele se parece comigo… mas ainda assim.
Clara não tinha o direito de interferir na minha vida depois de seis anos — especialmente por meio do filho dela. Eu não estava apenas bravo com ela. Para ser sincero, eu também estava com raiva de mim mesmo. Porque pela primeira vez algo ficou claro para mim. Eu poderia ter tido uma família.

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“Boa noite, pai”, Ethan murmurou sonolento de seu lugar no sofá.
Desta vez não o corrigi. Antes de fechar os olhos, ele sussurrou algo.
“Gostaria que minha família pudesse estar presente no meu aniversário.”
Fiquei olhando para ele na penumbra. Então apaguei a lâmpada silenciosamente.

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***
Nunca fui do tipo sentimental, mas deixar o menino sozinho no aniversário dele parecia… errado.
Eu disse a mim mesmo que seria apenas por um dia. Um dia, para fazê-lo feliz, ele seria novamente responsabilidade de outra pessoa. Isso é tudo.
Sem obrigações emocionais. Apenas o essencial: um pouco de sorvete, algumas caronas e então eu o mandaria embora.

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Esse era o plano. Mas no momento em que entramos no parque de diversões, percebi que o havia subestimado.
“Isso é inacreditável!”
Ethan estava praticamente pulando na ponta dos pés, seus olhos indo da roda gigante para as xícaras de chá girando, dos balões coloridos para o cheiro de algodão doce no ar. Ele parecia uma criança que tinha acabado de entrar num sonho.

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Engoli em seco enquanto o observava absorver tudo. Eu não tinha certeza do que sentia. Algo desconhecido. Algo para o qual eu não tinha um nome.
Não orgulho. Não, não exatamente. Algo que fez meu peito ficar muito apertado.
“Por onde você quer começar?” Perguntei.
Ethan ficou sem ar. “Podemos escolher?”
“Você achou que eu iria simplesmente te colocar em um passeio assustador e pronto?

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Ele sorriu. “Mais ou menos.”
Revirei os olhos. “Depressa, rapaz, antes que eu mude de ideia.”
Sem pensar, ele agarrou minha mão e me arrastou para o próximo brinquedo. Seus dedos eram pequenos, quentes e confiantes. E então eu senti de novo – aquela sensação estranha e apertada no meu peito.
Então eu a vi. Uma mulher perto do carrossel, observando a multidão. Seus cabelos ruivos refletiam a luz do sol.

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“Não pode ser… Clara.”
“Ei, mãe!” gritou Ethan, acenando entusiasticamente.
Ele se virou para mim e um sorriso culpado surgiu em seu rosto.
“O que é que você fez?”
“Eu queria que vocês se conhecessem.”
Olhei para ele, incrédula. “Diga-me que você não fez isso.”

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“Sinto muito, pai”, ele disse, parecendo muito presunçoso. “Eu tive que pensar em alguns detalhes.”
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele piscou para mim e pulou no carrossel. Exalei bruscamente e passei a mão pelo cabelo.
Vamos, garoto.
E então Clara veio até mim. “É realmente você?”
“Sou eu.”

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Clara sorriu. “Ethan me enviou uma mensagem de um número desconhecido. Imagino que tenha sido do seu telefone.”
Eu gemi. “Bem, você o criou para ser um conspirador.”
“Eu o criei sozinha. E ele é um ótimo garoto.”
“Claro. Sozinho.” Eu zombei e minha paciência acabou. “Você nem pensou em me dizer que eu tenho um filho.”
Ela estremeceu apenas brevemente antes de se sentar.

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“Você não tinha o direito de esconder isso de mim.”
Minha frustração transbordou e explodiu antes que eu pudesse contê-la.
“E você não tinha o direito de ser tão irresponsável!” Os olhos de Clara brilharam. “Você nunca quis ter filhos!”
“Você nunca me deu uma chance de decidir!”
“Isso teria mudado alguma coisa?”
Abri a boca, pronto para discutir, mas não saiu nada.

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Teria? Eu não sei. Eu nunca sei.
“Talvez eu tivesse sido um bom pai. Mas graças a você, nunca terei essa chance. Então, não gosto de crianças. Ou mentirosos.”
Eu me virei antes que ela pudesse ver qualquer outra coisa na minha expressão.
Ethan acenou para mim do carrossel, com sua mãozinha estendida e seus olhos brilhando de alegria.

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“Pai! Pai!”
Mas eu já tinha fugido. Cego pela raiva que arranhava meu peito. E eu não sabia que me arrependeria.
***
Os dias passaram. Eu disse a mim mesmo que não me importava. Que era o melhor.
Mas eu não conseguia tirar Ethan da cabeça: o jeito como ele sorria e me chamava de pai, e o jeito como seus olhos brilhavam quando ele falava sobre sua família. Então encontrei a mochila dele.

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No começo eu hesitei. Eu não tinha o direito de revistar as coisas dele. Mas então eu o abri e tirei uma pilha de papéis. Desenhos. O primeiro era simples: bonecos de palitos de mãos dadas.
Legenda: “Eu e meu pai. Ethan, 3 anos.”
A segunda mostra uma figura maior segurando uma menor pela mão. “Eu e meu pai. Ethan, 4 anos.”
A terceira foto era mais detalhada. Havia muitos desenhos comigo.

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E o último… era o mais novo. Mostrava as mesmas três figuras com um bolo de aniversário na frente delas. Rubrica:
“Eu, mamãe e papai. Minha família.”
Olhei para ele e minha garganta apertou. O menino passou anos desenhando um pai que nunca conheceu. Um pai em quem ele ainda acreditava.

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Eu sabia o que tinha que fazer.
Comprei o Lego que a mãe dele nunca poderia comprar. Então dirigi até o endereço dela. Endereço de Clara. Eu os tinha visto rabiscados no verso das páginas do diário que Ethan me mostrou.
Quando ela abriu a porta, seus olhos se arregalaram em choque.
“Você voltou…”

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Exalei e entreguei o conjunto de Lego a Ethan.
“Feliz aniversário, pequena.”
Por um momento ele apenas olhou para mim. Então ele se lançou sobre mim com um grande sorriso e colocou os braços em volta da minha cintura. Hesitei antes de colocar a mão em suas costas.
“Você tem alguém?” Perguntei a Clara e observei Ethan correr para abrir seu presente.

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“Não. Eu estava sozinha o tempo todo. Tenho nosso filho.” Olhei de novo para Ethan. “Posso ficar um pouco?”
“Eu gostaria disso.”
Naquela noite, nós montamos o conjunto de Lego juntos e comemos sorvete, só nós três. Tínhamos um tempo que precisávamos compensar. Clara e eu tínhamos mudado. Mas de alguma forma mantivemos calor suficiente entre nós. Talvez tivéssemos uma chance de recomeçar.

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