“Estamos abrindo mão do luxo urbano pela nossa cidade natal: não queremos mais ficar aqui, filho, estamos voltando para casa.”

—Nós não queremos viver aqui, filho. Estamos indo para casa. Não temos forças para mais. Meus pais abriram mão do luxo da cidade pela nossa vila.

—Seus pais são loucos, Javier? Qualquer um sonharia com isso! Um apartamento de quatro quartos, comida sempre pronta, tudo ao alcance. “E eles não gostam de nada!” disse Natalia, minha esposa, irritada.

“Cuidado com o que diz, Natalia”, respondi, franzindo a testa.

—Mas é a verdade! Eles não querem aprender a usar aparelhos, não saem, estão sempre infelizes. Por que eles não podem ser gratos?

Eu não respondi. Eu mesmo não entendia o que estava acontecendo. Meus pais mudaram. Antes, ativa, feliz, cheia de vida; Agora, apenas sombras vagando pelo chão. Eu os tirei daquela cidade perdida, dei a eles o melhor… e no final? Tristeza em seus olhos e silêncio. Eu cometi um erro?

Eles adiaram a mudança por muito tempo. Eu os convenci com promessas de uma vida melhor. Eles não venderam a casa, não havia necessidade, eu tinha dinheiro. No final eles partiram… mas suas almas permaneceram dentro daqueles muros de adobe, sob a amendoeira no pátio.

Pedro e Carmen nunca se adaptaram. Eles sentiam falta da agitação da praça, dos vizinhos que vinham “para beber um pouco”, do jardim, do cheiro da terra molhada. Aqui só havia rostos desconhecidos, portas fechadas, carros velozes e pressa. Até o carro que dei ao meu pai evitou o trajeto — havia muitas placas, curvas e ruas que ele não conhecia.

“Como estão os vizinhos?” suspirou Carmen. —Tenho certeza de que os tomates deram bons frutos este ano, com toda essa chuva… E eu nem fiz geleia de ameixa.

“Cale a boca, você está partindo meu coração…” Pedro murmurou, secando os olhos. —Toda noite sonho com a casa. Tudo é familiar lá. Aqui… aqui somos estranhos.

—Não queremos te machucar, filho. Sabemos que você está tentando… Mas isso não é nosso. Não podemos viver aqui.

“Quando foi a última vez que você foi à vila?” perguntou Pedro. —É do outro lado da rua, mas você nunca tem tempo. E a sua Natália revira os olhos toda vez que falo em fertilizar o solo…

Naquele momento entrei na casa. Ela estava carregando sacolas de compras e algumas coisas. Vi seus olhares e entendi: era hora de falar claramente.

—Mãe, pai… o que houve?

—Filho… estamos indo embora—disse Pedro em voz baixa. —Estamos indo para casa. Não temos forças para ficar aqui. Isso nos machuca. Este não é o nosso lugar. Ali está a nossa casa, a terra, a amendoeira. Aqui é lindo, confortável… mas não nos satisfaz.

Fiquei em silêncio. Olhei para eles — seus rostos cansados, suas mãos acostumadas a trabalhar a terra. Eu não entendia como eles podiam rejeitar tudo o que eu havia dado a eles. Mas eu não discuti.

-OK. Ajudarei você a se mudar em uma semana. A decisão é sua, eu respeito.

“E amanhã?” Carmen perguntou timidamente. —Talvez você tenha tempo amanhã?

—Amanhã, então— Eu assenti.

Eu não conseguia entendê-los muito bem. Eu estava sufocando na aldeia. E eles, por outro lado, estavam respirando ali. O lar não são realmente as paredes ou o conforto, mas as memórias, os cheiros, o silêncio e o canto dos pássaros?

Pedro e Carmen reviveram naquela mesma noite. Eles fizeram as malas rindo, falando sobre plantar alface, sobre quem visitariam primeiro. Eles passaram a noite acordados, tomando chá e cochichando como jovens.

Então eu entendi: às vezes, o amor não tem a ver com apartamentos e eletrodomésticos, mas sim com deixar seus pais voltarem para onde seus corações batem. E lar não é endereço. Lar é onde você é esperado com amor.

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