

Então, minha tia, que Deus a abençoe, faleceu mês passado. Sem filhos, nunca se casou. Não éramos muito próximos, mas a víamos algumas vezes por ano. Enfim, recebemos uma ligação do advogado dela, dizendo que ela deixou um testamento, e minha irmã, Michelle, e eu estamos nele. Tudo bem, tudo bem. Imaginei que seriam algumas joias antigas, talvez alguns trocados.
Então chegamos ao escritório do advogado, e ele solta a bomba. Tia Clara deixou tudo para Michelle. Tudo. A casa dela, as economias dela, até aquele carro antigo que ela nunca dirigiu. Fiquei pasmo. Michelle, ela ficou ali sentada, parecendo que tinha ganhado na loteria.
Quer dizer, não me entenda mal, estou feliz por ela. Mas… tudo? Tia Clara sempre dizia que queria que compartilhássemos. Éramos uma família. Perguntei ao advogado se havia algum engano. Ele apenas deu de ombros e disse que o testamento estava claro.
Michelle tem agido de forma estranha desde então. Toda reservada, como se estivesse escondendo alguma coisa. Ela tem passado muito tempo na antiga casa da tia Clara e não me deixa ir lá. Tentei ligar para ela, perguntando se podíamos conversar, mas ela simplesmente me ignorou.
Comecei a pensar. Tia Clara não era exatamente entendido em tecnologia. Ela ainda usava telefone fixo e escrevia cartas. E se alguém… a tivesse influenciado? E se alguém tivesse alterado o testamento? Decidi investigar um pouco. Comecei a perguntar pela vizinhança, para ver se alguém via algo suspeito perto da casa da tia Clara.
Um dos vizinhos, o velho Sr. Henderson, me contou que viu um carro estranho estacionado em frente à casa da tia Clara algumas semanas antes de ela morrer. Um sedã escuro, o mesmo que eu tinha visto no parque. Ele não se lembrava da placa, mas disse ter visto alguém entrando e saindo da casa. Perguntei se ele tinha visto quem era, e ele disse: “Não tenho certeza, mas eles estavam usando um sobretudo escuro e um chapéu, bem abaixado”.
Aquilo foi o suficiente para me deixar com o sangue fervendo. Alguém definitivamente estava aprontando alguma. Decidi dar uma olhada mais de perto na casa da tia Clara. Esperei até que Michelle não estivesse mais lá e então fui até lá.
A casa estava exatamente como eu me lembrava, um pouco empoeirada, um pouco bagunçada, mas cheia da personalidade da tia Clara. Comecei a procurar, procurando por qualquer coisa fora do lugar. Verifiquei as gavetas, os armários, até debaixo dos tapetes. Nada.
Então, notei algo estranho na foto emoldurada sobre a lareira. Era uma foto da tia Clara e da Michelle, tirada anos atrás. A moldura parecia um pouco solta. Tirei-a e virei-a. E ali, escondido atrás da foto, estava um pequeno pedaço de papel dobrado.
Desdobrei-a cuidadosamente. Era uma carta, escrita com a letra da tia Clara. Datada de poucos dias antes de sua morte.
“Minha querida,
Se você está lendo isso, algo deu errado. Tenho me sentido mal ultimamente e temo que alguém esteja tentando se aproveitar de mim. Mudei meu testamento, deixando tudo para Michelle, mas apenas temporariamente. Escondi um segundo testamento, o original, na velha caixa de música no sótão. Por favor, encontre-o e garanta que meus desejos sejam realizados. Amo vocês dois.
Meu coração batia forte. Um segundo testamento? No sótão? Corri escada acima, com as mãos tremendo. O sótão estava escuro e empoeirado, mas encontrei a velha caixa de música escondida em um canto. Abri-a e lá estava, um envelope lacrado.
Não abri. Sabia que precisava falar com a Michelle primeiro. Liguei para ela e, dessa vez, ela atendeu. Disse que precisava vê-la, que tinha algo importante para lhe mostrar.
Ela se aproximou, parecendo nervosa. Mostrei a carta e seus olhos se arregalaram. “Um segundo testamento?”, sussurrou ela.
Fomos juntos ao escritório do advogado. Mostramos a ele a carta e o segundo testamento. Ele ficou chocado, mas concordou em abri-lo.
O segundo testamento era de fato o original, deixando tudo para nós dois, igualmente. O rosto de Michelle se fechou. “Eu… eu não entendo”, disse ela. “Eu não sabia de nada sobre isso.”
Então, a reviravolta. O advogado, um homem chamado Sr. Finch, pigarreou. “Tem mais uma coisa que você precisa saber”, disse ele. “Recebi uma ligação de alguém que dizia ser a tia Clara, algumas semanas atrás. Me pediram para mudar o testamento, para deixar tudo para a Michelle. Achei que fosse ela, mas agora…”
Ele pegou o celular e tocou a gravação da ligação. Era a voz da tia Clara, mas soava… tensa, quase forçada.
“Alguém se passou pela tia Clara”, eu disse, com a voz trêmula. “Mas quem?”
Voltamos para a casa da tia Clara, desta vez juntos. Vasculhamos a casa novamente, com mais cuidado desta vez. E então, encontramos. Um compartimento escondido no fundo do armário da tia Clara. Dentro, havia um pequeno gravador.
Tocamos a gravação. Era a tia Clara, conversando com alguém. Ela parecia assustada.
“Por favor”, disse ela, com a voz trêmula. “Me deixe em paz. Assino o que você quiser.”
“Essa é a voz do meu ex-marido”, disse Michelle, num sussurro. “Ele estava sempre atrás do dinheiro da tia Clara. Ele sabia que ela tinha dinheiro guardado.”
Chamamos a polícia. Eles investigaram e encontraram evidências que ligavam o ex-marido de Michelle à falsificação de identidade e à coerção da tia Clara. Ele estava tentando roubar a herança dela.
A recompensa foi esta: as intenções originais da tia Clara foram honradas. Michelle e eu herdamos igualmente. Usamos parte do dinheiro para contratar um cuidador para o Sr. Henderson, cuja saúde estava se deteriorando. E usamos parte do dinheiro para reformar a casa da tia Clara, transformando-a em um centro comunitário para idosos.
A lição de vida aqui é sempre confiar nos seus instintos. Se algo parece errado, provavelmente está. E nunca subestime o poder da família. Mesmo quando as coisas parecem impossíveis, juntos, vocês podem superar qualquer coisa.
Não deixe ninguém tirar vantagem de você ou de seus entes queridos. Busque sempre a verdade e nunca desista do que é certo.
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