
Olesya desceu do ônibus, com movimentos lentos e pesados.
A jornada transcorreu em silêncio, suas lágrimas sendo o único sinal de vida. Seu mundo ruiu no dia em que Andrey morreu. Ela daria à luz a filha deles em dois meses — a única razão pela qual ela continuou.
Eles se conheceram dois anos depois que ela deixou o orfanato. A vida tinha sido difícil — dias na escola profissionalizante e noites na fábrica. Ela estava acostumada às dificuldades. Andrey veio à fábrica para instalar novas máquinas e, a partir daquele momento, eles se tornaram inseparáveis.
Quando Olesya descobriu que estava grávida, Andrey a pediu em casamento imediatamente. Ele queria que ela conhecesse sua família e começasse uma vida juntos.
Mas Olesya, moldada por anos de rejeição, temia que sua família rica jamais aceitasse sua origem. Embora Andrey não entendesse sua preocupação, ela não estava pronta.

Então, três meses atrás, Andrey partiu para visitar sua família, prometendo retornar em breve.
Ela esperou dias, depois semanas.
As pessoas sussurravam que ele a havia abandonado, mas ela não conseguia acreditar. Ele não.
Então, por acaso, ela ouviu alguém no trabalho mencionar que o homem que instalou o equipamento havia morrido.
Atordoada, ela foi ao escritório do contador, onde a mulher mais velha confirmou: Andrey havia sido atacado por três homens ao voltar para casa. Ele nunca mais voltou.
Olesya estava arrasada. A dor a esvaziava.
Agora, na chuva, ela caminhava pelo cemitério, procurando o túmulo dele. Precisava se despedir. E talvez se perdoar. Ele tinha ido para casa preparar a família para encontrá-la, e ela havia deixado o medo a deter.
Seu túmulo estava fresco, coberto de flores. Um antigo mausoléu ficava próximo. Sua foto, sorrindo, pendia da cruz acima.
“Oi, meu amor”, ela sussurrou, ajoelhando-se. As lágrimas vieram rápido e não pararam.
Finalmente, encharcada e gelada, ela se mexeu.
Seu telefone havia sumido. Ela precisava de abrigo. Empurrou a pesada porta da cripta e entrou.
“Por favor, me perdoe. Só preciso descansar um pouco.”
Ela se sentou, deixando a porta entreaberta. Então, ouviu-se um zumbido. Um telefone, elegante e desconhecido, vibrava ali perto.
Ela atendeu, tremendo. “Alô?”
Uma voz atendeu: “Oi, esse é o meu celular. Perdi-o ontem.”
“Acabei de encontrar.”
“Você poderia devolver? Eu pago — tem coisas importantes nele.”
“Estou no cemitério”, ela disse suavemente.
“Ah, é verdade. Eu estava trabalhando lá ontem. Devo ter saído.”
“Eu não estava me sentindo bem, eu—”
Olesya deixou o telefone cair. O mundo ficou escuro.
Um homem a sacudiu para acordá-la. “Senhorita! A senhora está bem?”
Era Dima, irmão de Andrey. Ele a reconheceu imediatamente pelas histórias que Andrey contara. Sem pensar duas vezes, carregou-a até o carro e ligou para casa.
“Mãe, encontrei a namorada do Andrey no túmulo dele.”
“Leve-a para a clínica”, disse Nina. “Te encontro lá.”
Na clínica, Olesya acordou com Nina e Dima ao seu lado. Ela se afastou instintivamente.
“Sou a mãe do Andrey”, disse Nina gentilmente.
“Eu não vim pedir ajuda. Só queria me despedir”, sussurrou Olesya.
“Conte-me sobre você e meu filho”, disse Nina.
Olesya compartilhou tudo. Quando terminou, Nina perguntou: “Por que você não foi com ele?”
“Fiquei assustada”, ela admitiu.
“Eu cresci num orfanato. Não sabia como a sua família reagiria.”
“Você conheceu as pessoas erradas”, disse Nina suavemente. “Eu não sou assim. Descanse agora. Conversamos amanhã.”
Mais tarde, Nina e Dima juntaram as coisas de Olesya. Entre elas, havia fotos dela e de Andrey, sorrindo, felizes. Os olhos de Nina se encheram de lágrimas.
“Ele realmente a amava”, disse ela. “Nós cuidaremos dela e do bebê.”
Dima assentiu. “Claro.”
Dois anos depois…
“Karinochka! Vem para a vovó!”, gritou Nina, de braços abertos. A neta correu até ela enquanto Olesya a observava, sorrindo. Ela agora morava no centro da cidade, estudando Direito, sustentada por Nina e uma babá.
Mas Nina sentiu hesitação nela.
“Olesya, podemos conversar?”
Ela assentiu, cautelosa.
“Você ama o Dima?”
“Eu faço.”
“E ele te ama. Então qual é o problema?”
Olesya hesitou. “É o Andrey… Ainda sinto que o estou traindo.”
Nina falou gentilmente, mas com firmeza: “Ele se foi. Mas você está viva. Andrey lhe deu amor e um filho. Agora você tem um futuro. Os vivos pertencem aos vivos.”
Nina a deixou em silêncio. Olesya ficou olhando para o celular por um longo tempo.
Então, lentamente, ela abriu o contato de Dima e digitou:
“Estou pronto.”
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