

—Bem, no final ele não vem… —Valentina suspira amargamente—. Meu marido e eu nem ficamos mais chateados, já nos acostumamos. Sempre a mesma coisa. Primeiro promessas, depois silêncio.
—O que aconteceu desta vez? -perguntado-. Sua nora não o abandonou novamente? Lembro que vocês dois nunca se deram muito bem…
—Ou talvez eu não tenha deixado. Embora meu filho nunca tenha dito claramente que ela é quem o segura. Mas é perceptível… Eu costumava vir mais vezes. E agora, nada. Ela descobriu como amarrá-lo. “Até para consertar o telhado, teremos que contratar trabalhadores, porque meu filho, imagine só, não consegue tirar um dia de folga”, diz Valentina, mal contendo o ressentimento.
Ele está se referindo ao seu filho de 40 anos, Adrian. Ele deixou sua cidade natal há doze anos, se estabeleceu em Madri e trabalha como mecânico. Antes ele fazia tudo com as mãos, agora ele só supervisiona. Ele se casou na cidade e comprou um apartamento. Sozinho. Ele conheceu sua esposa, Lucía, tarde — ambos já eram mais velhos quando ficaram juntos.
“Ela não tinha tido nenhum relacionamento sério antes”, continua Valentina. E agora eu entendo o porquê. Que personagem difícil você tem… Desde o primeiro momento não nos demos bem. Eu tentei, tentei mesmo. Mas ela… como se tivesse decidido desde o começo que eu era seu inimigo.
“Já a ouvi ao telefone algumas vezes”, interrompe o vizinho, “como se estivesse zombando de mim, mesmo quando ela disse olá”. Não entendo o que meu filho vê nele.
Lucía quase não fala com os pais de Adrián. Uma vez por ano, com sua grande permissão, ele pode visitá-los. E isso, sem ela. Este ano, Adrian prometeu vir na primavera para ajudar no telhado. Ele até comprou os ingressos. Mas sua nora, como se descobriu mais tarde, distorceu tudo.
“Ela está grávida”, diz Valentina, irritada. Agora, segundo ela, ele não pode deixá-la sozinha. Mesmo sendo uma mulher adulta, uma enfermeira, o que vai acontecer com ela? Já faz duas semanas que não bato em você. Ele resistiu no início, mas depois…
—E daí? Você vai levá-la pela mão para o trabalho? —O marido de Valentina pergunta, balançando a cabeça. Os pais dela moram perto, por favor ajude-a. Por que você tem que desistir de tudo por ela?
—Exatamente —Valentina concorda. Tenho certeza de que é a mãe dela que a empurra. “Não o deixe ir, ou ele vai voltar e se divorciar.” A propósito, sua filha mais nova agora está sozinha com uma criança. Agora ele mora com eles.
—Mas Adrian não é assim, —objeto. Ele é um homem decente. E por que eles não se juntam?
-O que você está dizendo! —ela fica exasperada. Lúcia nunca irá com ele. Meu marido ligou para ela uma vez, e ela fez tanto barulho que ele me disse para não incomodar meu filho novamente. É inútil.
—E o que ela disse a ele?
—Que sempre pedimos coisas a ele. Que o tiramos de sua família. Que ele não tem mais forças para lidar conosco. Que suas férias deveriam ser passadas com sua esposa e filho, e não “cedendo aos caprichos dos mais velhos”. E como nossa casa não lhe interessa, devemos mantê-la.
—Que descaramento! E seu filho?
—Ele diz que não é culpa dele. Quem não quer problemas. Quem está preocupado com a gravidez. Eu entendo. Mas não é justo. Nós o criamos e demos a ele tudo o que podíamos. E agora você não pode vir nem um dia?
O marido de Valentina não aguentou mais. Ele disse ao filho que não esperaria mais, contrataria alguns pedreiros e faria tudo sozinho. Deixe-o ficar com a esposa, se ela é mais importante para ele agora do que seus pais.
“Mas ele não entende”, murmura Valentina. Pode haver muitas mulheres… Mas há apenas alguns pais. E elas não são eternas.
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