
Em uma vila pitoresca onde todos eram intimamente ligados, o funeral da pequena Alina, a querida neta de Stefan, uniu toda a vila.
A tristeza pairava no ar, mas, por trás da tristeza, Stefan e seu leal cão Milo pressentiram que algo estava errado — uma sensação estranha e indescritível.
Sem aviso, Milo começou a latir furiosamente e se lançou em direção ao caixão de Alina. A princípio, Stefan não deu muita importância, presumindo que o cachorro estivesse apenas reagindo à emoção da multidão. Mas a agitação de Milo só aumentou, e Stefan não conseguiu mais ignorá-la. O desconforto do cachorro o invadiu como um arrepio.
Com o coração trêmulo, Stefan se aproximou do caixão. Milo continuou a latir freneticamente, o corpo tenso e o olhar firme. Quando Stefan pousou a mão delicadamente na tampa do caixão, um leve ruído chegou aos seus ouvidos — quase imperceptível, mas inconfundível.
O que viu em seguida o assustou. Prendeu a respiração ao observar o peito de Alina se erguer levemente. Suas pálpebras tremeram e o suor pingou em sua testa pálida. Ela estava viva.

Matei, o médico da aldeia, correu e examinou a criança.
Suas mãos tremiam enquanto ele verificava os sinais vitais. Seu rosto ficou pálido.
“Catalepsia”, murmurou ele, aflito. “Uma condição rara que simula a morte. Eu… eu mesmo assinei o atestado de óbito dela…”
O pânico se instalou. Alguém chamou os serviços de emergência, enquanto outros correram para ajudar. Stefan agarrou Alina com força, sem querer soltá-la novamente.
No hospital, os médicos confirmaram o diagnóstico de Matei: um caso grave de catalepsia causada por uma infecção viral. Suas funções corporais haviam diminuído tão drasticamente que ela parecia sem vida.
A notícia do evento se espalhou como fogo pela vila. Stefan foi aclamado como um herói, enquanto Milo foi coberto de carinho e guloseimas por vizinhos gratos.
Duas semanas depois, com Alina em casa, em segurança e recuperando as forças, Stefan sentou-se na varanda na calmaria da noite. Milo de repente se animou e correu em direção ao portão, latindo alegremente.
Um homem idoso entrou no pátio, com seus cabelos brancos brilhando ao crepúsculo e uma bengala esculpida na mão. Era Vasile, o enigmático místico de uma vila próxima, conhecido por suas estranhas percepções e supostos poderes.
“Eu precisava vir”, disse Vasile ao se juntar a Stefan. “Para confirmar o que você já sente por dentro.”
Ele explicou que certas almas — humanas e animais — conseguem sentir a tênue linha entre a vida e a morte. Milo havia reconhecido que o espírito de Alina ainda permanecia, diferentemente da morte verdadeira.
“Você e seu cachorro compartilham esse dom”, Vasile lhe disse. “Foi assim que você soube ouvir quando ninguém mais o fez.”
Naquela noite, enquanto Alina descansava em paz, Stefan permaneceu acordado, ponderando as palavras do velho feiticeiro. Ele se lembrou de outros momentos de intuição em sua vida, como o instante em que, de alguma forma, soube que sua esposa havia falecido, mesmo estando longe.
Nas semanas seguintes, a história de Alina se espalhou para além da aldeia. Visitantes vinham de cidades distantes para ver a menina que aparentemente havia retornado do dia e o cachorro que havia salvado sua vida.

Numa manhã ensolarada, enquanto Alina brincava no jardim com Milo, ela olhou para cima e perguntou:
“Vovô, o que o senhor viu quando abriu o caixão? Por que ficou com essa cara de medo?”
Stefan a estudou por um longo momento antes de sorrir suavemente.
“Eu vi o seu futuro, minha doce menina”, disse ele. “E era precioso demais para deixar ir.”
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